NOVAS CB 650F E CBR 650F 2018
A Honda apimentou a linha 650 na versão 2018 dos modelos naked F e esportivo R. Não resgata a nostalgia da Hornet com os 102 cv, mas as novas 650 ganharam 1,5 cv e tiveram relações de marchas encurtadas. Ficaram mais espertas e empolgantes, como constatou MotoMovimento em test ride realizado no Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG). As motos, com novos grafismos, estarão disponíveis nas cores vermelho e azul perolizado com preços públicos sugeridos de R$ 33.900 para a CB 650F e R$ 35.500 para a CBR 650F.
O motor, arrefecido a líquido, na versão 2018, a potência máxima passou de 87 cv a 11.000 rpm para 88,5 cv no mesmo regime. O incremento de potência máxima foi obtido com uma nova caixa do filtro de ar com dutos mais largos que alimentam corpos de borboleta de 32mm. No sistema, o motor “respira“ melhor acrescentando potência com o aumento do ar na combustão. O torque permaneceu o mesmo de 6,22 kgf.m a 8.000 rpm.
O câmbio de seis velocidades, recebeu relações mais curtas na 2ª, 3ª e 4º marcha para oferecer acelerações e retomadas de velocidade com mais vigor. Na nova calibragem, a velocidade das marchas sobe mais rápido transmitindo sensação de esportividade, como foi constatado no test ride.
O conjunto de escapamento 4 em 1, também foi redesenhando com objetivo de reduzir a contrapressão interna e garantir um fluxo mais livre. O mapeamento eletrônico foi aperfeiçoado na versão 2018, segundo a fábrica japonesa, oferecendo mais economia de combustível e baixa emissão de poluentes, atendendo o Promot 4 – Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares no Brasil que, inclusive, “aposentou” a Hornet que não atendia mais os quesitos de controle de poluição.
Com o conjunto de modificações, a montadora informa que a velocidade final pode chegar a 232 km/h. Na pista do Cristais, chegou a 193 km/h com piloto de 1,90 m e cerca de 100 quilos.
Suspensões
Na suspensão dianteira, recebeu garfo Showa Dual Bending Valve (SDBV) com tubos de 41 mm de diâmetro. Na tecnologia SDBV, a segunda parte da suspensão é mais dura com passagem do óleo mais estreita que na primeira parte superior. Com isso, a suspensão fica mais dura quando o freio é mais exigido, Leia também:
As rodas de seis raios duplos são de alumínio fundido sob pressão e calçadas com pneus esportivos medidas 120/70-ZR17 e 180/55-ZR17 com válvulas de ar em formato de “L” o que facilita a operação de controle da pressão.
Tanto a naked como a esportiva tem altura do assento limitada a 810 mm do solo. Outro item nas duas versões é o sistema H.I.S.S. (Honda Ignition Security System), que dificulta a possibilidade de furto ou roubo. Com essa tecnologia, somente a chave original pode acionar o motor por meio da leitura de um chip eletrônico.
A versão do tetracilindro de 649 cm3 que equipa os modelos tem bancada dos cilindros inclinada 30º à frente, câmbio verticalizado e motor de arranque compacto situado atrás da bancada. Isso, segundo a montadora, propiciou ao motor dimensões longitudinais contidas, favorecendo um posicionamento ideal no chassi.
O chassi de aço com arquitetura Diamond é montado com traves de forma elíptica de 64×30 mm que da coluna de direção descem praticamente retilíneas rumo ao fulcro da balança traseira. Esta por sua vez é assimétrica e o braço direito é encurvado para dar lugar a ponteira do escapamento. Realizada em alumínio fundido sob pressão, a balança traseira está ligada diretamente a um conjunto mola-amortecedor regulável na pré-carga da mola em sete posições.
T-CRUISE, NOVO MODELO ELÉTRICO
A montadora italiana especializada em motos de off-road e supermoto de motores elétricos, Tacita, apresentou a T-Cruise, seu novo modelo de inspiração custom. A moto deve começar a ser vendida a partir do ano que vem, na Europa. O preço ainda não foi divulgado.
A T-Cruise tem motor elétrico capaz com potência máxima de 40 cv a 8.000 rpm e torque de 7,13 kg/m. De acordo com a empresa, o modelo estará disponível com três packs de baterias: 7,5, 15 e 27 kWh que, segundo o fabricante, oferecem autonomia de 81, 149 e 270 km, respectivamente. O tempo de carga da bateria de maior capacidade é de 40 minutos até 80%, com sistema de carga rápida disponível como opcional, e 7 horas em tomada convencional.
A moto tem câmbio manual de cinco velocidades e marcha ré. O peso, que pode ser alto, não foi divulgado. O câmbio não é inédito em motos elétricas e, de acordo com a empresa, ajuda a aproveitar de melhor forma a rotação do motor em baixas rotações, melhorando a autonomia e a estabilização da temperatura do motor.
Harley-Davidson e Indian também desenvolvem seus modelos elétricos. No mercado, a BMW é a única grande fabricante que possui um modelo elétrico, a C Evolution. Também estão no mercado as marcas menores Energica, Zero e Volta.
MXF 250RX 2018
A MXF Motors do Brasil apresenta sua moto 250 cilindradas versão 2018 totalmente remodelada. A MXF 250RX tem preço sugerido de R$ 20 mil. O modelo recebeu alterações técnicas e a inclusão de componentes desenvolvidos por fabricantes internacionais reconhecidos no mercado. “Ganhou em potência, qualidade, eficiência. É uma nova moto”, diz João H. Montani, proprietário da MXF Motors do Brasil.
Os pneus da nova MXF250RX foram desenhados pela CST, dos Estados Unidos. Os plásticos são da italiana UFO Plast; o carburador da Nimota (Malásia) e a Corrente de transmissão da AFAM (RX). Conta com diversos componentes em alumínio de alta resistência e baixo peso como balança traseira, guidão cross bar, link traseiro, radiadores, mesas CNC, ponteira dimensionada, coletor de escape com Bomber (+ 1CV de potência), manetes e pedais de freios, coroa, aros e cubos. Suspensão e amortecedores contam com ajustes de compressão e retorno.
O: quadro é em aço cromobilenio e o motor 4 tempos com 4 válvulas refrigerado à água. Mantém seis níveis de velocidade e potência de 28 cv com torque de 23 N.m, atingindo a velocidade máxima de 160 Km/h. A partida é elétrica e a pedal kick starter e seus freios (traseiro e dianteiro) são hidráulicos a disco.
A MXF 250RX acompanha acessórios como lanterna traseira em LED, painel de LED Digital Multifunção, com bateria de Lítio de última geração e óleo de motor da Lucas Oil (USA).
BONNEVILLE SPEEDMASTER
A Triumph lançou, na Inglaterra, a Bonneville Speedmaster, baseada no modelo Bobber com motorização de dois cilindros paralelos 1200 High Torque, SOHC (comando simples), refrigeração líquida, que produz uma potência de 77 cv a 6.100 rpm e torque de 10,6 kgfm a 4.000 rpm com câmbio de seis velocidades.
O novo modelo tem tanque de combustível com capacidade para até 12 litros e o peso seco da moto de 245,5 kg com freios ABS. No pacote eletrônico, modos de pilotagem Road e Rain, controle de tração, acelerador eletrônico e piloto automático. As rodas são aro 16 com pneus 130/90 B16 na frente e 150/80 R16 na traseira.
MULTISTRADA S
A Ducati Multistrada S tem uma nova opção de cor, o Volcano Grey, com detalhes na cor vermelha no chassi e maletas laterais na cor da moto. O modelo tem preço sugerido ao consumidor de R$ 82.900. A Ducati Multistrada 1200 S 2017 vem equipada com um pacote tecnológico que inclui quatro opções de pilotagem: sport, touring, urban e enduro.
“O motor Ducati Testastretta DVT (Desmodromic Variable Timing), dispõe de um sistema variável de sincronização de válvula com controle independente da entrada de admissão e do eixo de comando, que otimiza o desempenho do motor e garante a máxima potência em altas rotações”, diz a montadora.
O modelo tem ainda tecnologia IMU (Unidade de Medição Inercial), desenvolvida para medir os ângulos de inclinação, guinada e de distância entre o eixo e a marcha da motocicleta, assim como o índice de suas mudanças. Permite o ajuste instantâneo da entrega de potência e torque, além do ajuste eletrônico dos modos de suspensão, controle de tração e ABS.
VIAGEM PELA AMÉRICA DO SUL
Da Colômbia ao Brasil, em uma rota de mais de 25 mil quilômetros, passando por quase todos os países da América do Sul em uma Royal Enfield Classic 500. Esse é o roteiro escolhido pela engenheira alemã Simone Maria Richardt, em uma viagem que já tem nove meses pelo continente e chegou nesta semana a São Paulo. Aos 36 anos já conheceu mais de 100 países, a maioria deles em duas rodas.
Ela decidiu deixar seu emprego em uma fabricante de peças automotivas para aproveitar melhor a viagem, sem pressão de tempo. A escolha pela Classic 500 vem de seis anos atrás, quando se apaixonou pelo modelo na Índia. “Eu estava na cidade de Goa e queria alugar uma motocicleta. Olhei para ela, decidi testá-la e me apaixonei. Ela é fácil de pilotar e confortável, foi sempre uma máquina confiável durante minhas viagens”, conta Simone. A alemã tem uma ligação especial com a Índia, pois trabalhou em Nova Délhi e, no ano passado, viajou por 10 dias e mais de 3.000 quilômetros no Himalaia, também com o modelo Classic 500.
O roteiro sul-americano teve início em Medellín, na Colômbia, onde Simone adquiriu o modelo escolhido. Depois disso, passou por Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai antes de chegar ao Brasil. “A América Latina é uma das partes mais incríveis do planeta. Tem muito a oferecer, com maravilhas naturais e fatos históricos e culturais únicos e muito interessantes. Há muita tradição de culturas nativas dos povos que habitaram os continentes antes da chegada dos europeus”, destaca Simone.
A viajante deixou pela primeira vez sua pequena cidade natal, Hechingen, de quase 20 mil habitantes, no sul da Alemanha, aos 16 anos. “Sempre fui uma pessoa aventureira e amo aprender novas coisas para ampliar meus horizontes. Você encontra beleza em todos os lugares, quando aprende a não ter medo de olhar”, explica.
A motocicleta é uma companheira habitual em suas viagens. Antes da América do Sul, rodou por Tailândia, Vietnã, China, Estados Unidos e pela maioria dos países da Europa. “Quando você viaja em uma motocicleta, a sensação é de liberdade total, de realmente mergulhar no cenário ao seu redor. O sol aquece seu rosto e uma brisa sopra seu cabelo. Além disso, você conhece todos os tipos de pessoas na estrada”, explica. Dessa forma, segundo ela, forma-se uma soma de piloto, máquina e terreno que nenhum outro tipo de viagem pode proporcionar.
Os anos de experiência em duas rodas ensinaram como aproveitar melhor o tempo e entender os limites do corpo. Na viagem pela América do Sul, fez trajetos mais longos nos primeiros dias, de até 600 quilômetros, mas depois encurtou para 300 quilômetros. “Pilotar por muito tempo pode parecer uma eternidade. Em trajetos mais curtos é possível parar com mais calma nos destinos, conhecendo melhor as cidades que se gosta mais”, comenta. Outro segredo para suportar as longas viagens? “Yoga me ajuda a manter o corpo equilibrado, pois dá a sensação de relaxamento e, ao mesmo tempo, constrói a força muscular necessária para pilotar durante horas”.
Diversos trechos de off road fizeram parte do roteiro de Simone, testando o desempenho da Royal Enfield Classic 500 nas mais diversas condições. “Estava pilotando em uma estrada que tinha um trecho de passagem de águas. Não tive outra escolha, senão atravessar e a água, que subiu até o tanque, fez o motor desligar. Me senti como num barco à deriva, mas a motocicleta se saiu bem. Também fiquei presa na lama durante uma tempestade no Salar de Uyuni, na Bolívia. Ali o desafio foi sair da chuva e tentar encontrar um lugar seguro para me esconder. Tudo isso sem nenhuma outra pessoa a quilômetros de distância para ajudar”, comenta.
Simone ressalta que viajar com uma motocicleta impõe uma série de cenários desafiadores e inesperados, mas que isso impulsiona o viajante a crescer como pessoa. “Aprendi a respeitar cada cultura, compartilhar alimentos, histórias, músicas, experiências de vida e sorrisos. Isso traz felicidade, pois se aprende muito com os outros”, analisa Simone.
Entre as paisagens do continente sul-americano, a que mais impressionou foi a Cordilheira dos Andes, com seus picos nevados, geleiras e vulcões ativos. Nas pastagens secas do Cone Sul, que apresentam um clima seco e frio, o modo de vida da população local ensinou importantes conceitos. “Fiquei fascinada com o fato de que muitos povos indígenas conseguem viver lá em circunstâncias muito humildes. Vivem apoiados pela criação de lhamas e porquinhos-da-índia e pelo cultivo de plantações, como quinoa, batatas e amendoim”, relembra.
No Brasil, o que chamou a atenção da viajante foi a diversidade, com belas praias, montanhas e florestas. Além disso, o que a cativou foi o misto de culturas, vistos na música, cultura e culinária, e a maneira com que os brasileiros convivem. “A população brasileira é um misto de outras culturas – muitas delas europeias. É ótimo ver o respeito com que todas elas vivem no mesmo espaço. A amabilidade, felicidade e hospitalidade dos brasileiros são notáveis”.
É por motivos como estes que a viagem, prevista para durar apenas dois meses, já tem nove meses de duração. Ela garante, certamente, que voltará à América do Sul, “seja para morar, trabalhar ou para mais uma viagem”. “Sempre fui aceita, ajudada e respeitada. As pessoas são incríveis, fizeram me sentir em casa, com familiares. Aprendi muito com todos”. Na próxima vinda ao continente, a Amazônia será um dos destinos escolhidos.
“Poderia escrever um livro sobre essa viagem, mas, em resumo, para amantes da natureza, de uma cultura rica, culinária e música, é um roteiro certeiro. Conhecer tudo isso em uma motocicleta, ainda mais uma Classic 500, torna tudo mais inesquecível”, finaliza a viajante. Além do crescimento pessoal e aprendizados, Simone levará de volta ao Velho Continente o hábito e paixão por tomar mate. A motocicleta fica em Montevidéu, última parada da viagem, e aguarda a volta da viajante para novas experiências.
EVENTOS DE MOTOCICLETAS PELO BRASIL
Novembro 2017
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